Sou o monstro,
Não aquele que descende da luz,
Mas o súdito do Sol negro da melancolia*

Ele me atrai e me distrai
Controla a minha razão
E purifica o meu amor

Imerso em sua luz sombria
Busco na música, na noite, no frio
Companhia

A alegria é minha inimiga
A esperança, o meu castigo

Busco a tristeza:
Profunda, eterna e tranquila!
E se vestir-se de ira
Que seja apenas contra mim

Os vultos de meu interesse
Se despedaçam
Se tornam o meu combustível

As dores esculpidas
Se materializam em soturna brandura
Num estágio de contemplação
Muda

É noite!
Eu, aqui!
Na escuridão pensando



O tema "sol negro da melancolia" é inspirado no poema "El Desdichado" de Gerard Nerval.

6 comentários:

  1. Taí um poema que eu adoro!! Um dos meus favoritos pq é serpente remexendo na gente! Que o sol negro da melancolia seja inesperadamente luz e calor para quem passe por aqui! Beijão!!!

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  2. Adorei a idéia do blog. Amo poemas. Com certeza, serei uma assídua visitante. Beijos!

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  3. Gostei muito! Conseguiu um clima denso e firme (para quem está "na escuridão pensando"). Pensamento de sombras sob "o Sol negro da melancolia". Abraços!

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  4. Jonathan, está lindo! Parabéns! Não sou tão fã de poemas, mas você esceve bem, tem o dom de atrair nossa imaginação...
    Adorei!

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  5. Querido Jon Jon, demais. Amei seu poema. Ele tem algo de melancolico e apaixonado. Na escuridão sempre flui algo de nós, não é mesmo?
    bjos!

    DenyAngel

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